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Igreja Reformada. Sempre Reformando

Fazemos parte de uma igreja reformada. Nossa fé é reformada, nossos princípios são reformados, temos uma história que nos liga à reforma. Infelizmente nem tudo é reformado como deveria ser.
Por tradição somos descendentes da Reforma, mas na prática estamos ficando longe dela. Já não há mais zelo nem apego aos princípios da reforma; muito são os que somente usam a expressão por mera conveniência.

Muitos são os que nem sabem do que se está falando quando são usadas as palavras “Reforma Protestante”. Para alguns se trata de uma reforma que se pretendeu ou se pretende fazer em algum lugar ou em algo; trata-se de um termo vago que não acrescenta nada.

Ao usar a expressão “Reforma Protestante” refiro-me ao avivamento ocorrido no Século 16, quando Deus, na sua infinita bondade, restaurou a Sua igreja trazendo-a de volta aos princípios da igreja primitiva apostólica. Uma igreja edificada sobre o fundamento dos apóstolos para ser luz no mundo, propagando a salvação que Deus oferece através e unicamente de Cristo Jesus.

O maior alvo das trevas é ofuscar a luz. A luz de Deus vem através da oferta de salvação que tem sua base na obra vicária realizada por Cristo Jesus na Cruz do Calvário. Nessa, e tão somente nessa, obra o homem pode ter paz com Deus e vida eterna.

Efésios 5.12, um texto esquecido? Eu me pergunto o porque disso

EFÉSIOS 5.12, UM TEXTO ESQUECIDO? E EU ME PERGUNTO O PORQUE DISSO




Pergunto-me se existe um texto mais negligenciado no Novo Testamento, no atual reavivamento de interesse pela teologia reformada, do que Efésios 5.12. Nas reações aos tabus do antigo fundamentalismo, há certamente um perigo de termos perdido todo senso do que é biblicamente apropriado quando diz respeito a nos envolvermos com o resto do mundo. Eu tive minha própria experiência disso há uns poucos anos, quando sugeri neste blog que talvez não fosse apropriado que cristãos vissem o filme Milk, que era não apenas um relato altamente fictício da vida de Harvey Milk, mas também incluía, de acordo com os resenhistas, cenas sexuais de natureza explícita e inapropriada. Ainda me lembro da tempestade em copo d’água de protestos à medida que vários amantes da cultura cristã deram-me sermões sobre como minha mente fechada não iria impedi-los de usar Milk como um meio de testemunhar aos amigos. Mas nenhum desses evangelistas indignados lidou com Efésios 5.12.



“Porque o que eles fazem em oculto até dizê-lo é torpe.”

Mais recentemente, a mesma preocupação pública no mundo evangélico com os tratamentos excessivamente explícitos sobre a questão sexo trouxe uma vez mais à minha mente Efésios 5.12. Paulo, sem dúvida, não era legalista. Ele afirmava a livre graça e a liberdade cristã. Todavia, ele escreveu Efésios 5.12. Assim, o que a passagem quer dizer? Bem, quer dizer exatamente o que parece dizer. Você não precisa de uma qualificação de pós-doutorado em Judaísmo do Segundo Templo para entender isso.

O Reino de Deus: Parte IV (final)

   




A Série "O Reino de Deus" faz parte do capítulo 04 do Livro "A Bíblia e o Futuro" de Anthony Hoekema. Estarei postando este capítulo de forma fracionada por entender que realmente há uma necessidade de uma maior compreensão do Reino de Deus tanto no presente quanto no porvir.

Aquele que crê em Jesus Cristo, portanto, faz parte do Reino no tempo presente, desfruta de suas bênçãos e compartilha de suas responsabilidades. Ao mesmo tempo, ele percebe que o Reino é presente agora, apenas um estado provisório e incompleto, e por causa disso, ele aguarda por sua consumação final no fim da era. Pelo fato de o Reino ser tanto presente como futuro, podemos dizer que ele, agora, está escondido de todos, exceto daqueles que têm fé em Cristo; um dia, entretanto, ele será totalmente revelado, de forma que até seus inimigos terão, finalmente de reconhecer e curvar-se perante seu governo. Este é o destaque na parábola do fermento, em Lc 13.20-21. Quando o fermento (ou levedura) é colocado na farinha, nada parece acontecer por um momento, mas ao final toda a massa está fermentada. De maneira semelhante, o Reino de Deus está escondido agora, fazendo sua influência ser sentida silenciosa mas penetrantemente, até que um dia surgirá a céu aberto para ser visto por todos. Portanto, o Reino, em seu estado presente, é objeto de fé, não de vista. Mas quando a fase final do Reino for instaurada pela segunda vinda de Jesus Cristo, “todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o senhor, para glória de Deus Pai” (Fp 2.11).

O fato de o Reino de Deus estar presente num sentido e ser futuro em outro implica que permanece um certa tensão entre estes dois aspectos. Podemos descrever esta tensão em duas formas: (1) A Igreja deve viver com um senso de urgência, percebendo que o fim da história, como o conhecemos, pode estar bem próximo. Porém, ao mesmo tempo, ela deve continuar a planejar e trabalhar por um futuro nesta terra presente, que pode durar um longo período. (2) A Igreja foi alcançada pela tensão entre a era presente e a era por vir. Conforme Georg Ladd pondera: “A Igreja experimentou a vitória do Reino de Deus; e, mesmo assim, a Igreja está, como outros homens, à mercê dos poderes deste mundo... É esta situação que cria a austera tensão - na verdade, um conflito agudo; porque a Igreja é o ponto focal do conflito entre o bem e o mal, Deus e Satanás, até o fim dos tempos. A Igreja nunca pode estar descansando ou facilitando, mas precisa ser sempre a Igreja em luta e conflito, freqüentemente perseguida, mas certa da vitória última” 25.    

O Reino de Deus: Parte III








         A Série "O Reino de Deus" faz parte do capítulo 04 do Livro "A Bíblia e o Futuro" de Anthony Hoekema. Estarei postando este capítulo de forma fracionada por entender que realmente há uma necessidade de uma maior compreensão do Reino de Deus tanto no presente quanto no porvir.

 Ainda um outro sinal da presença do Reino foi a realização de milagres por Jesus e seus discípulos. Na operação desses milagres era efetuada a vinda do Reino. O próprio Jesus indicou isto em sua reposta a João Batista, na qual ele instruiu seus discípulos como segue: “ide, e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado  o evangelho” (Mt 11.4-5). Mas estes milagres foram apenas sinais; eles tinham suas limitações. Primeiro, nem todos os doentes foram curados, nem todos os mortos ressuscitados. Mais ainda, os doentes que foram curados, os coxos que tiveram seu andar recuperado e os mortos que foram ressuscitados, ainda tinha de morrer. Os milagres tinham função provisória, indicando a presença do Reino, mas ainda não marcando sua consumação final.

Mais um sinal, até mais importante que o último, era a pregação do Evangelho. Os milagres de cura não foram o maior dom que Jesus concedeu. Muito mais importante foi a salvação ele trouxe àqueles que creram - uma salvação mediata ou, seja, através da pregação do Evangelho. Quando Jesus disse aos setenta: “Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem e, sim, porque os vossos nomes estão arrolados nos céus” (Lc 10.20), ele estava restaurando o senso de prioridade deles. É significativo, portanto, que na resposta de Jesus a João Batista, citada acima, o sinal último e culminante, que mostra que Cristo verdadeiramente é o Messias e que o Reino verdadeiramente veio, é este: “aos pobres está sendo pregado o evangelho” (Mt 11.5).

O Reino de Deus - Parte II







A Série "O Reino de Deus" faz parte do capítulo 04 do Livro "A Bíblia e o Futuro" de Anthony Hoekema. Estarei postando este capítulo de forma fracionada por entender que realmente há uma necessidade de uma maior compreensão do Reino de Deus tanto no presente quanto no porvir.

Encontramos uma equiparação similar entre Cristo e o Reino no livro de Atos. Filipe é descrito como alguém “que os evangelizava a respeito do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo” (At 8.12). E Paulo é descrito no último versículo do livro de Atos como “pregando o Reino de Deus e ensinando acerca do Senhor Jesus Cristo” (At 28.31, RSV).
Passagens desse tipo talvez ajudem a explicar porque não lemos tanto acerca do Reino de Deus nas Epístolas quanto nos Evangelhos. Nos escritos de Paulo, na verdade, o termo reino é encontrado apenas treze vezes, e nas Epístolas não-paulinas ele é encontrado apenas cinco vezes. Isto não significa, entretanto, que os Apóstolos não ensinavam ou pregavam o Reino. O comentário de Karl Ludwig Schimidt é útil aqui: ‘Desta forma, podemos  ver porque a Igreja apostólica é pós-apostólica do NT não falava muito do basileia tou theou (Reino de Deus) explicitamente, mas sempre o enfatizou implicitamente através de sua referência ao kyrios lesous Christos (= O Senhor Jesus Cristo). Não é verdade que ele agora colocou a Igreja em lugar do Reino pregado por Jesus de Nazaré. Pelo contrário, a fé no Reino de Deus persiste na experiência de Cristo pós-Páscoa” 8
Deveríamos dizer, neste ponto, algo a respeito da distinção entre Reino de Deus e Reino dos céus. Somente Mateus usa a última expressão; em todas as outras partes do Novo Testamento encontramos Reino de Deus (com variações ocasionais como Reino de Cristo ou Reino de nosso Senhor). Embora  alguns tenha tentado encontrar uma diferença de sentido entre estas duas expressões, deve ser mantido que Reino dos céus  e Reino de Deus são sinônimos em seu significado. Uma vez que os judeus evitavam o uso do nome divino, na prática judaica ulterior, a palavra céus era usada freqüentemente como um sinônimo para Deus; porque Mateus estava escrevendo primeiramente para leitores judeus, podemos entender sua preferência por esta expressão (embora até Mateus utilize o termo Reino de Deus quatro vezes). A expressão malkuth shamayim (reino dos céus) é encontrada na literatura judaica ulterior; a frase que Mateus geralmente utiliza, basileia ton ouranon (reino dos céus), é uma tradução grega literal desta expressão hebraica. Uma vez que as expressões Reino dos céus e Reino de Deus são intercambiáveis nos sinóticos, podemos concluir seguramente que não há diferença de significação entre as duas.